Lamentavelmente a tragédia que atingiu Porte Príncipe no Haiti causando a destruição da cidade e matando mais 160 mil pessoas haitianas pelos tremores de terra representa uma enorme tristeza para o mundo, além da fome e da miséria social presente na vida daquela população. O mundo todo está comovido com esse desastre que eliminou muitas vidas de uma só vez e qualquer ajuda humanitária vai ajudar e amenizar o sofrimento do povo de um dos países mais pobre das Américas.
Acompanhando pela mídia as ações humanitárias concedidas àquele povo, uma coisa chamou muito a minha atenção. Temos vários Haitis aqui no Nordeste do Brasil, principalmente aonde a seca castiga o povo pobre, nas cidades desassistidas pelo poder público, no sistema único de saúde pública, sistema de educação pública e sistema habitacional. A capital baiana enfrenta a mesma situação do povo haitiano no que diz respeito a atendimento médico nos hospitais e postos de saúde da rede pública, para comprovar a existência dessa tragédia basta necessitar de um atendimento médico no sistema único de saúde em Salvador. Outra tragédia está presente nas escolas públicas e na moradia das encostas da periferia da cidade. A efetivação de uma vaga na escola pública requer quer as pessoas durmam na escola em que tenha interesse em estudar para aventurar a vaga pretendida que nem sempre consegue. Fazer sessões de radioterapia para tratar um simples tumor é preciso esperar na fila por vários dias ou meses para tentar conseguir vaga.
É triste conviver com esse ínfimo modelo de política pública em nossa sociedade, sabendo que o Brasil é um pais rico, que em menos de oito anos de mandato presidencial o governo do presidente Luis Inácia da Silva pagou uma dívida externa centenária.
A doação de US$ 15 milhões em uma primeira etapa e + US$ 15 milhões em uma segunda etapa para ajudar o povo do Haiti como ajuda humanitária não descarta a possibilidade de resolver o problema do Haiti daqui da Bahia. Os recursos emergenciais direcionados para ajudar na tragédia do Haiti também podem ser utilizados para ajudar a sanar o sofrimento dos nordestinos brasileiros e na Bahia especificamente poderia acabar com o Haiti dos hospitais que clamam por socorro??? (Hospital HGE; Hospital Roberto Santos... e postos de saúde???).
Sobretudo, não vamos viver só de aparências o povo da Bahia pede socorro...
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