terça-feira, 14 de outubro de 2014

Membros de partido fundado por Marina Silva se desligam após anúncio de apoio à Aécio

Um grupo de integrantes da Rede Sustentabilidade deixou a organização por discordar do apoio do grupo e de Marina Silva (PSB) a Aécio Neves (PSDB), contra Dilma Rousseff (PT), no segundo turno das eleições presidenciais.
Alguns dos dissidentes integravam também o “Elo Nacional” da Rede, nome dado para a direção nacional da organização. Desde domingo (12), a rede passou a receber cartas, declarações e pedidos de desfiliação. Membro do diretório nacional da Rede, Otto Ramos, divulgou publicamente seu descontentamento ao anunciar que se desligou do partido, além de parabenizar o PSOL.
“A partir desde momento o membro fundador da Rede Sustentabilidade, membro da coordenação estadual da coleta de assinaturas, membro do diretório nacional por dois mandatos Professor Otto Ramos está se desligando da Rede por não conseguir compactuar com NENHUMA FORMA DE ADESÃO (VELADA OU NÃO) AO PSDB”, escreveu em uma postagem no Facebook direcionada aos companheiros da Rede Sustentabilidade.
Na última quarta-feira (8), a Rede divulgou seu posicionamento com relação ao segundo turno, orientando os militantes a optar por Aécio ou então a votar em branco ou nulo.
No domingo (12), Marina declarou apoio a Aécio e até o comparou com Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. A campanha tucana gravou o discurso de Marina para utilizar no horário eleitoral do tucano.
A ex-senadora chegou a estabelecer algumas condicionantes para o apoio, entre elas manter a Funai (Fundação Nacional do Índio) como o órgão responsável por demarcar terras indígenas, implantar políticas para a reforma agrária, além de questões mais genéricas, como adotar compromissos com a sustentabilidade e com as políticas sociais das gestões petistas.
Uma das exigências de Marina, de que Aécio abandonasse a proposta de reduzir a maioridade penal para crimes hediondos, foi ignorada pelo tucano.
Racha no PSB
O apoio a Aécio dividiu o PSB, sigla que abrigou Marina há um ano, quando a ex-senadora não conseguiu o registro da Rede na Justiça Eleitoral. Na semana passada, o PSB, que estiveram aliados ao PT de 2002 a 2013, no plano nacional, decidiu declarar apoio ao tucano.
Contrário ao apoio, o atual presidente da sigla, Roberto Amaral, acabou perdendo o posto e será substituído por Carlos Siqueira, escolhido em eleições internas realizadas na segunda (13) para substituí-lo. Fundador do PSB, Amaral foi ministro da Ciência e Tecnologia de Lula e sempre foi próximo ao PT.
Após ser preterido no comando da sigla, Amaral declarou apoio a Dilma e fez duras críticas ao correligionários, entre elas a de que já estão negociando ministérios num eventual governo tucano.
Antes de Amaral, a deputada federal Luíza Erundina (PSB-SP), favorável à neutralidade, já havia criticado a decisão do PSB, com o argumento de que apoiar o PSDB é incoerente com o discurso da nova política.
Os diretórios do PSB na Bahia, Acre, Paraíba e Amapá também apoiam Dilma. Nos dois últimos, o PT está na coligação que sustenta os candidatos ao governo –Ricardo Coutinho e Camilo Capiberibe.  No Acre, o PSB apoia a reeleição do petista Tião Viana, amigo de Marina.
O diretório de Pernambuco, a mulher de Eduardo Campos, Renata, e os filhos do ex-governador, declararam apoio a Aécio. A prima de Eduardo, Marília Arraes, integrante da juventude do PSB, declarou voto em Dilma.
Informações: Uol

Nenhum comentário:

Postar um comentário